Muito se fala por aí em hormônio, numa tentativa desesperada para ficar feminina.
O que eu posso dizer sobre isso é que tomar hormônio não deve ser o principal foco das transex.
Claro que é necessário fazer uso desse tratamento, mas existe toda uma fase anterior mais importante.
Digo mais importante porque a transex, quase sempre, tem dúvidas sobre si.
Posso garantir que as únicas que não sofrem com esse tipo de preocupação, a dúvida sobre quem realmente são ou a que sexo pertencem, são aquelas que já, desde crianças, ou seja, antes da puberdade, são reconhecidas pela família e aceitas socialmente como menininhas.
Elas logo são levadas ao médico, diagnosticadas como tal e, então, até sem terem muita noção, começam a fazer a transição sexual.
Aí, sim, vestem-se adequadamente à condição feminina, tomam os medicamentos necessários e crescem respeitadas por todos.
Escola, trabalho, amores... tudo vem naturalmente e sem problemas maiores.
Acontece que tudo se dá de forma bem diferente, quando somos adolescentes ou adultas.
Ao contrário daquelas, quando nos comportamos com características muito femininas, somos massacradas.
Onde está, então, o drama das transex?
A resposta é simples: na rejeição da sociedade em geral, a começar pela família.
Todos agem para impedir a manifestação espontânea da vontade de uma pessoa, que só quer parecer mais feminina, porque gosta de ser assim.
Tratam mal um ser humano só porque não querem que se comporte como uma mulher.
Tratam mal um ser humano só porque não querem que se comporte como uma mulher.
Eles tratam as transex com indiferença, desamor, deboche, ignorância, rispidez, brutalidade, violência...
Tudo isso faz muito mal a nós.
Tiram-nos do caminho certo na vida.
A pessoa, não podendo expressar a sua sexualidade, ruma para a solidão, para a dúvida, para a incerteza a respeito de si e do mundo, para o conflito emocional; tornando-se depressiva ou agressiva e partindo para o revide.
Quem, nessas condições, consegue viver bem, ter algum sucesso?
Muito poucas.
Mas é aí que está o segredo.
Saber sair dessa situação é o que mais importa para nós que somos transex.
A seguir, Carmen Carrera, uma transex de bem com a vida.
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