domingo, 14 de junho de 2015

O Estradiol e Suas Variações

Além do Estradiol puro, temos também no mercado os ésteres de estradiol, que são na verdade o próprio Estradiol modificado quimicamente, com o intuito de melhor se adaptarem às necessidades de cada pessoa.
Dentre eles, os produzidos em maior escala pelas indústrias farmacêuticas são o Valerato de Estradiol e o Enantato de Estradiol, mas existem também para uso humano o Cipionato de Estradiol e o Etinilestradiol, este último um estradiol totalmente sintético.
A desvantagem dos ésteres seria o processo de metabolização e os picos instáveis de estradiol, que podem causar um aumento exagerado da prolactina e da SHBG, principalmente se administrados de modo injetável.
No processo de metabolização, o organismo tem o trabalho de separar o que é estradiol do que é éster.
Exemplos de medicamentos que contêm Valerato de Estradiol:

 ELAMAX

 PROGYNOVA

Para se ter uma ideia, o Estradiol puro é mais potente do que o Valerato de Estradiol em cerca de 40%.
Logo, se você estiver usando ELAMAX e quiser trocar para NATIFA, ESTRACE, ESTROFEM ou similares, terá de usar uma dosagem um pouco menor, já que aquele é teoricamente mais fraco.
No pré-operatório de mulheres transexuais (ou seja, que querem ter vulva e vagina), a dosagem inicial de estrogênio pode incluir de 4 a 6 mg de Estradiol (NATIFA, ESTROFEM, etc.) diariamente.
Mas, se a opção for tomar o medicamento PROGYNOVA, por exemplo, que é um Valerato de Estradiol, então a dose diária sobe para de 6 a 8 mg; ou possivelmente para 5 mg por dia, no caso de se preferir usar PREMARIN (Estrogênios Conjugados Naturais).
Claro que, em certos casos, a metade da quantidade indicada acima pode ser o suficiente ou, talvez, até precise ser aumentada, isto porque cada pessoa tem um biotipo e uma genética próprios.
Por isso, é importante que um médico monitore os níveis de hormônio e faça os ajustes necessários.
A vantagem no uso do ELAMAX é que este contém também Acetato de Ciproterona, que ajuda na feminilização bloqueando a testosterona indesejada.
Em todo caso, é preciso ter muito cuidado, pois o estrogênio pode aumentar o risco de coágulos no sangue.
Na verdade, não se tem como advinhar se uma pessoa vai ter ou não algum problema em decorrência do uso da medicação, apenas fazer exames para prevenir e, caso surja algo, tratar o mais rápido possível.
Por exemplo: o fígado é um órgão muito afetado pelos ésteres de estradiol.
Isso porque é no fígado que é sintetizada a SHBG (do inglês, sex hormone-binding globulin), que é uma globulina ou proteína que funciona como transporte para os hormônios sexuais femininos pelo corpo.
A concentração da SHBG pode conduzir a variações nos níveis circulantes dos hormônios em geral.
Encontra-se aumentada na estrogenioterapia, gestação, hipogonadismo masculino, hipertireoidismo, alcoolismo e na síndrome da feminização testicular; encontrando-se diminuída no hirsutismo, virilização, obesidade extrema e na terapia ou abuso de androgênios.
Então, como a administração de Estradiol ou de seus ésteres já eleva naturalmente os níveis da SHBG, se houver um uso excessivo e indiscriminado do estrogênio, isto pode levar a SHBG a valores exorbitantes, assim inativando a maior parte dos hormônios que estamos ingerindo.
Numa escala de intensidade, quais os hormônios que mais aumentam a SHBG?
1º- Injetáveis (PERLUTAN, CYCLOFEMINA, etc.); 
2º- Orais e via Sublingual (ELAMAX, CICLOPRIMOGYNA, NATIFA, ESTROFEM, etc.); 
3º- Transdérmicos e em Gel (ESTRADERM, SYSTEN, ESTREVA, OESTROGEL, etc.).
Exames de laboratório podem mostrar como andam os níveis da SHBG e mantê-los dentro dos valores de referência é a melhor forma de se conseguir uma boa feminilização.
Os níveis de estrogênio para mulheres transexuais devem estar perto dos encontrados em mulheres genéticas, geralmente entre 100 a 250 pg/ml.
Mais do que isso não traz benefício algum na hormonização, apenas satura os receptores estrogênicos e leva a prolactina às alturas, que tem como consequência a galactorreia (produção de leite nas glândulas mamárias).
Nós, infelizmente, ainda não podemos engravidar, nem amamentar.
É loucura querer produzir leite, pois isso trará complicações futuras sérias demais.
Manter os hormônios nos níveis mais naturais possíveis é muito importante.
Por tudo isso, o uso de PERLUTAN na hormonização deve ser adequado, sem exageros.

 PERLUTAN

 PERLUTAN (produto genérico)

PERLUTAN - Solução injetável: embalagem com 1 ampola de 1 ml.  Uso adulto.
Composição - Cada ampola de 1 ml contém: 
Acetatofenido de Algestona ..................................... 150 mg
Enantato de Estradiol ............................................ 10 mg
PERLUTAN é um contraceptivo hormonal injetável para uso em dose única mensal, devendo ser utilizado sob orientação médica.  Manter o medicamento em temperatura ambiente (15° a 30° C).  Proteger da luz.  O prazo de validade do produto é de 48 meses, desde que observadas as condições de armazenamento.

 A injeção de PERLUTAN deve ser no bumbum

 CYCLOFEMINA

 FEMELIN

 MESIGYNA

 NOFERTYL

Como vocês podem ter notado, os medicamentos injetáveis acima possuem algumas pequenas diferenças, embora todos eles sejam formulações à base de Estradiol + Progesterona (Enantato, Cipionato e Valerato + Acetofenido de Algestona ou Acetofenido de Dihidroxiprogesterona, Acetato de Medroxiprogesterona e Enantato de Noretisterona).
Isso quer dizer que foram formulados para agirem como anticoncepcionais femininos, mas que podem perfeitamente ser indicados no regime hormonal de mulheres transexuais.
Não se esqueça de que o preferido deve ser aquele que trouxer a máxima feminilização, no menor espaço de tempo possível, e com nenhum ou o mínimo de efeitos colaterais indesejados.
Por fim, seguem abaixo mais alguns medicamentos, de uso oral ou transdérmico, também muito utilizados por travestis e mulheres transexuais.

 CLIMENE

 CICLOPRIMOGYNA

 PRIMOGYNA

 LINDISC

 PERIFEM 
(2 mg de Valerato de Estradiol + 10 mg de Acetato de Medroxiprogesterona)

Agora, meninas, fiquem com essas imagens e se inspirem nelas: 

Sofia Ferreira











Ryder Monroe











Samara de Macedo













Rinata